No dia seguinte à divulgação do resultado das eleições, os brasileiros voltaram a ouvir as notícias dos números crescentes de infectados, doentes e mortos por COVID-19. Com os hospitais e UTIs lotadas, a impressão que ficou é que, a onda vem como ar. De nada adiantou tentar desviar a atenção dos números que crescem sem parar nos demais continentes desde o início de novembro. A onda chegou arrasando famílias às vésperas do Natal.
Apesar dos pedidos e solicitações constantes dos políticos candidatos, mais de 1/3 dos brasileiros sequer foi às urnas. O recado das urnas já deveria ser suficiente para o governo de Bolsonaro mudar sua estratégia em relação à pandemia. Mas não, o próprio presidente preferiu iniciar uma campanha plagiada de Donald Trump, presidente perdedor nas eleições americanas, para ele haveria fraude nas eleições brasileiras. Assim como Trump, ele perdeu credibilidade e o respeito da população.
E para agravar ainda mais, ao tentar desviar a atenção das medidas tomadas por seu principal rival nas eleições de 2022, o governador de são Paulo João Doria, o presidente começou um movimento político na Anvisa para que a vacina desenvolvida e produzida no Brasil, pelo Instituto Butantã, tivesse seu registro negado ou pelo menos, postergado o maior tempo possível.
As manobras do presidente que sequer conseguiu fundar um partido político, o que comprova a queda de sua força política, inclui a tentativa de manter, inconstitucionalmente, seus aliados na presidência da Câmara dos Deputados e do Senado. É óbvio que esta foi apenas mais uma estratégia para desviar a atenção da população para o fato do Ministério da Saúde, por razões políticas partidárias, não ter nenhum cronograma de vacinação dos brasileiros, enquanto países europeus já começaram a vacinar em massa sua população, no início de dezembro.
É, no mínimo contraditório, que o país, cuja população participou de praticamente todas as fases de testes de vacinas, ficar de fora do benefício destas por absoluta incompetência do governo federal que sempre foi o responsável pelas políticas, logística e distribuição das vacinas para todo o país.
Mas como nada é por acaso, a falsa denúncia de fraude nas eleições, cujos maiores derrotados foram os partidos políticos tradicionais, deixaram à mostra, mais uma vez, que não há interesse algum do governo federal em combater verdadeiramente a pandemia. Agora que já está provado, que a ‘imunidade de rebanho’ jamais acontecerá. Há centenas de mores na segunda infecção comprovadas em todo o mundo.
No calor da disputa eleitoral, e na esteira da liberação de aulas presenciais (mesmo que para 30% dos estudantes), de bares e restaurantes, de eventos de pequeno porte e religiosos, os jovens agora são os principais portadores do vírus. A quantidade de assintomáticos aumentou em todas as testagens e, assim como na Europa, são eles as principais vítimas desta nova onda de doentes e mortos pela Covid-19.
Tudo isso reforça a tese de que impor leis com multas para pessoa jurídica e não para a pessoa física, como é o caso do Brasil, só faz agravar os problemas. Ao impor que as empresas e não os brasileiros, façam cumprir as leis de distanciamento social e uso de máscaras, o que só pode ser feito pela pessoa e nunca pela empresa, posterga a conscientização para o momento em que as pessoas começarem a enterrar seus próprios mortos (familiares e amigos).
Somente as pessoas podem ficar em casa, manter o distanciamento social. levar consigo e usar álcool gel e máscaras sempre que sair de casa ou mesmo em casa caso conviva com um doente.
Então é Natal. Neste tempo em que todos querem estar próximos da família e planejar 2021, usar máscara 100% do tempo, pode ser a única alternativa. Está mais do que na hora de cada brasileiro assumir sua parte (e só a sua) no combate à transmissão do vírus. Antes de precisar enterrar seus mortos.
Ao visitar outras casas é prudente trocar de roupa antes de sair de casa, levar uma máscara limpa e higienizar até o cotovelo com álcool. Deixar o calçado logo na entrada (ou fora), é outra atitude prudente. Cada casa, deve manter o “cantinho sujo”. Nele os calçados devem ser higienizados com uma solução de água sanitária + bicabornato de sódio + álcool e vinagre de álcool.
Bochechar três vezes ao dia com uma solução de bicabornato de sódio (1 colher de chá em 1/2 copo d’água) é uma das mais eficazes maneiras de prevenir a transmissão, especialmente para os assintomáticos. Afinal, não há placa identificando pessoa e ou local contaminado ou contaminante.
Cidadãos comuns em todo o mundo, podemos dar nossa contribuição mantendo o distanciamento social. Você quer entrar nessa corrente do bem?
Então faça a sua parte para que em 2021 estejamos aqui comemorando a passagem de mais um ano. Em paz, com saúde e na beira da praia assistindo os fogos, abraçados aos amigos.
O desafio é esquecer sua tendência política e lembrar que a sua vida, a minha vida é a única coisa que realmente conta. Bora lá?!!6